Da Matta: enfim boas novas

O brasileiro Cristiano da Matta começa a dar sinais de melhora no Theda Clark Memorial Center, em Neenah, nos Estados Unidos. Ele já atende a estímulos e demonstrou alterações em seus batimentos cardíacos quando sua namorada e sua mãe falavam. Além disso, Chris Pinderski, diretor médico da Champ Car, afastou o risco de morte ainda no domingo à noite

Mas, apesar das novidades, a situação de Da Matta ainda é complicada. A operação pela qual ele passou é bem delicada e possíveis seqüelas só poderão ser detectadas mais à frente, com a evolução do tratamento. A área afetada é responsável pela fala e outras atividades motoras, que podem ficar comprometidas. Todos torcemos para que isso não aconteça e o brasileiro volte a ser aquele piloto bem humorado de antes.

O que não dá para aceitar é que um circuito como Elkhart Lake, que corta uma floresta no estado de Wisconsin, tenha uma cerca de apenas 2,5 metros de altura. A própria diretora de imprensa da pista assume que cervos possam pular mais do que isso. Além disso, Bruno Junqueira, que corre na equipe Newman-Haas, declarou ter visto outro cervo a 15 metros da pista, no mesmo dia do acidente de Da Matta. É lamentável que isto aconteça ainda nos dias de hoje, com todos os avanços em segurança que já foram feitos. A Champ Car pisou na bola e quase acabou com a vida de um piloto. Organizar corridas não é brincadeira e eles deveriam saber disso.

Mudanças erradas

A Sauber anunciou nesta segunda-feira a demissão de Jacques Villeneuve, que estava na equipe desde o ano passado. O canadense tinha conseguido sete pontos para a equipe alemã nesta temporada e tinha sido substituído por Robert Kubica no GP da Hungria por causa de um acidente na Alemanha. É mais uma saída para a Fórmula 1 lamentar. Villeneuve estava voltando a se encontrar na pista e era parte importante para o crescimento da equipe. Como ex-campeão da categoria, tem muito a ensinar sobre os mistérios da Fórmula 1.

Por outro lado, também nesta segunda, foi anunciada a contratação de Mark Webber pela RBR. O australiano nunca me enganou. Para mim, não passa de um piloto regular (isso fazendo muito esforço). Na temporada de 2002, sua primeira, ele conseguiu um quinto lugar com a Minardi e todos acharam que ele era um talento. Depois, na Jaguar e na Williams, ele se notabilizou por ser muito rápido em treinos e pouco constante nas corridas. Inclusive chegou a fazer algumas besteiras, como quando deu um chilique com a equipe no GP da Malásia do ano passado.

Não dava para inverter essas mudanças na Fórmula 1?

A melhor corrida dos últimos tempos na F-1

Nunca tinha chovido em 20 anos de história do GP da Hungria, mas neste domingo aconteceu o inesperado. E causou uma das melhores corridas dos últimos anos, com muitas ultrapassagens, disputas na pista e, o melhor, sem táticas de reabastecimento. A vitória de Jenson Button premiou o piloto discreto, que não apareceu muito na corrida, mas que soube ser regular.

Rubens Barrichello arriscou, mas não se deu muito bem. A escolha dos pneus para chuva forte não se mostrou a mais acertada. No entanto, se ele tivesse permanecido na pista por mais algumas voltas, Barrichello poderia ter levado vantagem com a volta da chuva. Barrichello perdeu a chance de ganhar a primeira na Honda e colocar seu nome na história da equipe.

Os líderes do campeonato não terminaram a prova, mas por motivos diferentes. Fernando Alonso, enquanto esteve na pista, foi o grande nome da prova. A ultrapassagem por fora em cima de Michael Schumacher an curva seis foi uma das mais espetaculares dos últimos tempos na Fórmula 1. Mas o espanhol não contava com uma porca solta que acabaria com sua corrida. Para resumir, o espanhol teve uma performance à la Nigel Mansell, com ótimas ultrapassagens, mas com um azar enorme.

Michael Schumacher ficou com a faca e o queijo na mão, mas jogou fora tudo. O alemão começou a corrida sofrendo com o péssimo desempenho dos pneus Bridgestone. Não bastasse, ainda tomou uma volta de Alonso. Quando o Safety Car entrou na pista, ele voltou à corrida e a diminuição da chuva também ajudou. Mas ele jogou fora a prova quando insistiu em ficar com os pneus intermediários na pista seca, quando todos já tinham trocado. E, para variar, mostrou seu lado sombrio nas disputas com De la Rosa e Nick Heidfeld. Terminou com a suspensão dianteira quebrada e abandonando a três voltas do fim. Ainda conseguiu um pontinho, com a desclassificação de Robert Kubica. Mas poderia ter colocado mais fogo no campeonato. Schumi foi o grande derrotado na Hungria.

Depois comento a saída de Jacques Villeneuve da Sauber e a contratação de Mark Webber pela RBR.

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